HISTÓRIA
John Michael Osbourne, Anthony Iommi, Terence Butler, William Ward. Ronald Padavona.
Os nomes completos desses sujeitos podem não dizer muita coisa. Mas eles são garantia de antológicos
riffs de guitarra, vocais grandiosos e muita competência no baixo e na bateria. Prestaram à humanidade
um serviço pelo qual jamais serão pagos na proporção que merecem. Ozzy (depois Diio), Tony, Geezer
e Bill inventaram o rock pesado. Sim, talvez o Led Zeppelin já passeasse por ali, e Jimi Hendrix
com certeza andou tirando sua Fender Stratocaster algumas das raízes do que viria em seguida. Mas
a combinação do estilo musical com a temática soturna que até hoje movimenta milhares de bandas e
milhões de fãs em todo o planeta veio do quarteto que entrou para a história com o nome de Black
Sabbath. Reunida atualmente para uma turnê que comemora três décadas de carreira, a formação original
do grupo segue encantando milhões pelo planeta. E A Tribute To Black Sabbath traz essa página com
a história de uma das mais importantes bandas de todos os tempos.
Os anos Ozzy Outros
bons cantores, como Ronnie James Dio e Ian Gillan, passaram pelo Sabbath, mas foi a década com Ozzy
Osbourne que transformou a banda em uma lenda do rock
Não havia muito o que fazer na década de
60 em Birmingham, uma das mais antipáticas cidades industriais da Inglaterra. Participar de uma gangue
e brigar na rua pareciam ser o passatempos preferidos da juventude local. John Osbourne e Frank Iommi
eram garotos de turmas rivais. "Não aguentava ver a cara de Ozzy. Batia nele sempre que nos encontrávamos.
Ele era um pivete insurpotável", conta Tony. Um capricho do destino fez comque os dois se esbarrassem,
quando o guitarrista saiu da banda Mythology junto com o baterista Bill Ward e resolveu responder
a um anúncio em uma loja de música. Nele, o cantor Ozzy (o nome era familiar para Tony) e o guitarrista
Terence Butler - em vias de virar baixista - procuravam uma dupla de músicos para formar um grupo,
após deixarem The Rare Breed. Bill convenceu Tony a tocar com o tal moleque detestável e formou-se
o Polka Tulk. No início, a banda viria a ser todo-poderoso Black Sabbath incluía um saxofonista e
uma guitarra slide. Tocava... jazz e blues. Para se livrar dos músicos desnecessários, o quarteto
mudou o nome para Earth. Um tempo depois Ozzy viu o filme de terror Black Sabbath (Sabá Negro) e
sugeriu novo batismo, ao mesmo tempo em que pensava numa temática de horror que diferenciaria a banda
de tantas outras. Após alguns meses na estrada, o grupo aperfeiçoou seu som pesado (inimaginável
na época) e, no dia 13 de fevereiro de 1970, obviamente uma Sexta-feira, era lançado o disco de estréia,
Black Sabbath. A inédita receita que resultou em canções com "N.I.B" e a faixa-título levou o disco
a um sucesso inusitado para uma banda estreante. "Nossos temas eram uma reação à mensagem de sexo,
paz e amor da época, totalmente gasta", lembra o baixista Geezer Butler.
O álbum chegou ao
oitavo lugar da parada britânica e levou o grupo a excursões pela Europa e Estados Unidos, ao mesmo
tempo em que gravava o segundo LP, Paranoid, de 1971. O sucesso foi ainda mais assustador: o disco
estreou no primeiro lugar das paradas, tirando do topo o clássico Bridge Over Troubled Water, de
Simon e Garfunkel. Ainda assim a imprensa não dava a menor força, o que levou Tony Iommi a dizer:
"Ninguém gosta de nós, só o público!". No mesmo ritmo, ainda em agosto de 1971, veio o disco seguinte,
Master of Reality, que até hoje é a base dos shows da banda, com canções como "Sweet Leaf", &luml;nto
the Void" e "Lord of this World". A bolacha vendeu 500 mil cópias nos Estados Unidos antes de ser
lançada por lá, só em unidades importadas. Isso levou a própria banda a ser transportada para o continente
americano, a fim de registrar Black Sabbath Vol.4, o disco mais pesado e melódico do quarteto até
então. A balada "Changes" e "Snowblind" eram destaques do disco. Na primeira pode-se ouvir o som
de teclados, que no disco não são creditados a ninguém. Diz a lenda que o instrumento teria sido
tocado por Iommi, mas sabe-se que músicos como Don Airey e Geoff Nicholls contribuíram com os
arranjo, sem ter seus nomes publicados. Após o quarto LPs, o Black Sabbath já era uma banda consagrada,
com tudo de bom e de mau que isso acarreta. Para as gravações do clássico disco Sabbath Bloody Sabbath,
de 1974, os rapazes tiveram à disposição um castelo, que, dizia- se, era mal-assombrado. O clima funcionou
e o grupo registrou um dos seus melhores LPs. Por outro lado, a bebida, as drogas e as turnês quase
contínuas iam minando a saúde dos músicos e o relacionamento entre eles. Vieram então trabalhos menos
inspirados, como Sabotage e Technical Ecstasy, e Ozzy decidiu deixar a banda. David Walker, ex-Savoy
Brown e do Fleetwood Mac, foi contratado, cantou alguns shows e Ozzy decidiu voltar e gravar Never
Say Die(1978). O disco era bom - com certeza melhor do que os dois anteriores -, mas após uma nefasta
turnê em que a banda de abertura, uns estreantes da Califórnia que atendiam pelo nome de Van Halen,
roubava o show toda noite, O Black Sabbath demitiu seu cantor.
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